14 dezembro 2009

Andamos aqui para quê?

Depois de três anos em que apenas nos dedicamos ao estudo e á universidade, qual o reconhecimento que nos é dado? Desemprego?
Estas novas licenciaturas de três anos, que tornam possível a qualquer um atingir um curso superior, só prejudicam quem realmente quer cá estar.
Ou seja, habilitações a menos para um emprego de carreira e habilitações a mais para um mero emprego de sobrevivência.

Agora? Agora tira-se um mestrado, umas especializações para ir passando o tempo.

Joana Sousa nº 36674
Catarina Taveira nº 37966

8 comentários:

  1. É perceptível que sejam milhares os licenciados a cair no desemprego, jovens cuja ambição é entrar no mundo do trabalho, vêem-se deparados com uma situação nunca antes vista. Provável será dizer que a crise é a principal causadora de toda esta deterioração que demove barreiras económicas, abrangendo todos os sectores.
    Situação que em décadas anteriores não se equiparava à do actual século XXI. Eram em menor número os estudantes que terminavam o ensino superior, talvez porque nem todos tinham o poder económico nem ascendência social, uma vez que grande parte da população ainda permanecia iletrada. E ao serem menores os números de licenciados, o leque de vagas profissionais tornar-se-ia mais extenso.
    Actualmente o desespero ou o medo pelo desemprego incita cada vez mais os jovens a recorrer a pós-graduações e a mestrados que tanto lhe ocupam o tempo, ganhando uns trocos aqui e ali, como se acham esperançosos para obter algum prestígio e reconhecimento, aguardando a sorte, não grande, mas acomodada.
    Para terminar, concordo que este tratado de Bolonha, apesar de encurtar a duração dos cursos, acaba por não preparar os alunos, de certo modo, à sua profissionalização. Sim, os docentes e a experiência individual também devem ser bastante essenciais na evolução académica do discente. Mas o que acontece é que, enquanto em algumas situações acabam por facilitar demasiado, faltando experiência, noutras sobrecarregam-nos excessivamente apenas para se dizer que foi uma licenciatura bem conseguida num menor espaço de tempo. O que ainda mais me importuna é a junção de cursos que embora tenham o mesmo objectivo, e ainda que possuam conteúdos semelhantes, não se adequam às mesmas aprendizagens, nem ao mesmo meio envolvente. Apesar de tudo, esses cursos serão sempre, infelizmente, virados mais para uma face do que para a outra, e quem queira a outra face restante corre o risco de não ter aptidões profissionais incutidas para desenvolver a sua prática.


    Ivan Cordeiro
    nº 36672

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  2. Nós como alunos destes cursos de três anos só temos um remédio: sermos autodidactas o suficiente para que consigamos atingir um nível de cultura que o curso não abrange. Ler mais, ver mais, fazer mais. O problema está em que... 1000 euros de propinas podiam servir para nos deixar melhor preparados. Acrescentam-se a esses 1000 os outros tanto que gastamos na tentativa de nos tornarmos melhores por nós mesmos.

    Ana Grilo, nº36662

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  3. Ao termos noção de que o curso é curto e fugaz, temos que enriquecer o nosso curriculum de todas as formas possives, de maneira a que o nosso curriculum se destaque no meio de tantos iguais...
    tais como cursos extras curriculares, workshops, palestras, estagios extra curriculares, erasmus....

    cabe a todos nós fazer a diferente.

    cristina pereira nr 35418

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  4. Pois a minha opinião acerca deste curso é que através da promoção que fazem acerca dele conduziu-me a mim e quem sabe outros jovens em erro!
    Ciências da Comunicação por norma deve abranger várias áreas nomeadamente de cariz cultural empresarial e social... Pensei envergar pela empresarial mas ups...enganei-me é que as disciplinas de opção dessa área são quase nulas!
    Mas estamos aqui para tirar o melhor proveito, por isso mão à obra:)
    Cátia Leal nº36666

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  5. Gostei da expressão "para ir passando o tempo". Parece que é mesmo só isso que andamos cá a fazer...não só no ensino superior, mas em todo o sistema de ensino, em geral. As novas oportunidades são bom exemplo disso. Dão formação em áreas que não se revelam em nada específicas. E depois, as aulas de susbstituição que, de tão mal organizadas, obrigam professores de história a dar uma aula de matemática ou vice-versa, e no fim, o que se acaba por fazer é "passar o tempo", em vez de fazer alguma coisa útil.


    Joana Perez
    36673

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  6. O desemprego é uma realidade galopante no nosso país, cada vez mais pessoas ficam sem empregoe têm muita dificuldade em voltar para o mercado de trabalho. As leis do Estado deste país protegem as empresas, ou melhor, as entidades patronais, a chamada flexissegurança só pende para o lado do patrão, deixando o trabalhador à mercê dos seus caprichos, ou melhor, dos interesses do seu petrão.
    No nosso país as profissões são mal pagas, só quem tem postos de relevância e ocupa cargos de destaque vê recompensado o seu valor (ou desmerecimento) ou fim do mês. Também aqui os ricos são cada vez mais ricos e a pobreza vai-se alastrando em mais casas, em mais famílias. Acho que é mesmo assim, uma sociedade só muda quando entra numa situação de ruptura, as pessoas só se manifestam quando já não aguentam mais. Uma das medidas para dar a volta à situação, no caso da diminuição do tempo de percurso académico, seria manifestar esse descontentamento, no entanto tal não acontece. Ou se tem medo ou se tem preguiça, o certo é que na hora de tocar viola só arranha quem tem unhas.
    Daniel Lopes
    36668 Ciências da Comunicação

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  7. Duarte Baltazar a3666919 de janeiro de 2010 às 13:35

    O fundamental é não estudar já antecipando um futuro de fracasso. É sabido que o valor efectivo de uma licenciatura reduzida para três anos pode não ser o que era há anos atrás, porém cabe-nos o dever individual de a aproveitar da melhor forma e, para quem achar necessário, enriquecer o curriculum com outras formações.

    Visto que aqui todos têm a vida pela frente e tempo que sobra para consolidar carreira, não é de descartar a hipótese de prosseguir os estudos na área ou apostar fortemente no trabalho.

    Se o mercado de trabalho lá fora se rege por factores menos valorosos como a cunha... cabe a quem quer vingar arranjar uma cunha também. O jogo é o mesmo para todos.

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  8. Eu cá não vejo as coisas bem sob esse prisma. Sejam mais positivos, gente! Aprender não é passar o tempo. É enriquecer-nos pessoalmente, dar-nos mais competÊncias, que podem servir tanto a nível profissional como pessoal. Bolonha veio fazer com que se saísse com mais qualificação ao fim de menos tempo. Se os cursos forem bem geridos e aproveitados tanto pelos professores como pelos alunos, só temos a ganhar com o tempo em que passamos pela licenciatura, mestrado, douturamento, pós graduações... A falta de emprego não é culpa de uma entidade específica, por isso temos que aceitar e tornarmo-nos na nossa melhor versão de nós próprios (em todos os sentidos) e ir em busca do que parece impossível!

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